Pauliprev alerta e promove ações de conscientização para prevenir Aids
Em meio à pandemia do coronavírus, a sociedade não pode se descuidar de outras patologias que a ameaçam. Neste mês de dezembro, campanhas de saúde, especialmente, são implementadas para conscientizar a população sobre os riscos e as consequências da Aids, doença que ganhou importância e relevo partir do início dos anos 80 do século passado. O Instituto Pauliprev comemorou o dia de combate à Aids neste 1º de dezembro e está estendendo ao mês todo atividades de conscientização para prevenir a doença.
Na autarquia, folhetos são distribuídos internamente e aos visitantes durante o mês; um vídeo explicativo sobre prevenção é disponibilizado no site (www.pauliprev.sp.gov.br) e é montado um painel temático na recepção com ilustrações e dicas de prevenção à doença.
A Aids é uma das doenças mais preocupantes da humanidade porque mesmo tendo reduzida sua letalidade, não tem cura comprovada cientificamente. Para o presidente da Pauliprev, Marcos André Breda, “promover e incentivar campanhas preventivas faz de uma entidade pública uma multiplicadora de informações relevantes para a sociedade”.
A data de 1º de dezembro – Dia Mundial de Luta Contra a Aids – foi estabelecida internacionalmente em 1987 por decisão da Assembleia Mundial de Saúde com apoio da Organização das Nações Unidas (ONU). No Brasil, o Ministério da Saúde adotou a data um ano depois. O símbolo desta campanha é o laço vermelho. Visto como símbolo de solidariedade e de comprometimento na luta contra a AIDS, foi escolhido por causa de sua ligação ao sangue e à ideia de paixão, e foi inspirado no laço amarelo que honrava os soldados americanos na Guerra do Golfo. O projeto do laço foi criado em 1991 por um grupo de profissionais de arte, de Nova Iorque, que queria homenagear amigos e colegas que haviam morrido ou estavam morrendo com a doença.
O objetivo foi o de reforçar a solidariedade, a tolerância, a compaixão e a compreensão com portadores de AIDS. A campanha Dezembro Vermelho tem como objetivo sensibilizar a população sobre como prevenir a infecção pelo vírus HIV, fazer o teste para detecção da doença e realizar o tratamento caso o resultado do exame seja positivo.
Dezembro Vermelho
Em 1987, a ONU criou esta campanha e, em 1991, a fitinha vermelha surgiu com artistas de Nova York, para lembrar a luta contra a AIDS e transmitir compreensão, solidariedade e apoio aos portadores do vírus HIV. No Brasil, o projeto foi adotado em 1988, pelo Ministério da Saúde.
Nada mais justo do que prolongar o dia para um mês todo. Dezembro, portanto, é o dezembro vermelho, o mês da conscientização e combate à AIDS.
Entendendo um pouco mais a doença e o vírus
Ainda hoje, não raro muitas pessoas pensam que AIDS e HIV são a mesma coisa. Esta é uma concepção errada e que pode ser ofensiva. A AIDS é um efeito colateral causado pelo vírus HIV. Por falta de informação por parte dos pacientes e tratamentos, a epidemia da AIDS fez muitas vítimas nos anos 80.
Aids é a doença causada pela infecção do Vírus da Imunodeficiência Humana (da sigla em inglês HIV). Esse vírus, do tipo retrovírus, ataca o sistema imunológico, que é o responsável por defender o organismo de doenças. As células mais atingidas são os linfócitos T CD4+. O vírus é capaz de alterar o DNA dessa célula e fazer cópias de si mesmo. Depois de se multiplicar, rompe os linfócitos em busca de outros para continuar a infecção.
A boa notícia é que a ciência evoluiu, e, hoje, a maioria das pessoas que têm HIV não têm AIDS devido ao acompanhamento correto da doença. Saber essa diferenciação e usar a nomenclatura adequada para cada caso é um pequeno e primeiro passo para contribuir para o dezembro vermelho.
Segundo dados do Boletim Epidemiológico de 2021 do Ministério da Saúde de 2007 até junho de 2020 foram notificados 342.459 casos de infecção pelo HIV no Brasil. Os casos de Aids de 1980 até junho de 2020 foram 1.011.617. O país tem registrado, anualmente, uma média de 39 mil novos casos de Aids nos últimos cinco anos. Nesse período, o registro de casos em homens foi de 664.721 (65,7%) casos e 346.791 (34,3%) casos em mulheres para Aids. O levantamento da UNAIDS (programa das Nações Unidas), 37,6 milhões de pessoas vivem com HIV no mundo.
Prevenção do HIV
Ele é mais comumente transmitido durante a relação sexual (oral, vaginal e anal) sem uso de preservativo e pela troca de fluídos corporais. O contágio também pode acontecer durante a gravidez, no parto, em transfusões sanguíneas, transplantes de órgãos, pela amamentação ou por compartilhamento de agulhas contaminadas.
A prevenção é evitar as respectivas situações. Principalmente pelo uso de preservativos.
Ao entrar em contato com o vírus, existe a possibilidade de dois tratamentos imediatos: o Profilaxia Pós-Exposição ao HIV (PEP) e o Profilaxia Pré-Exposição ao HIV (PreP).
Como é feito o diagnóstico da AIDS / HIV?
Conhecer o quanto antes a sorologia positiva para o HIV aumenta muito a expectativa de vida de uma pessoa que vive com o vírus. Quem se testa com regularidade, busca tratamento no tempo certo e segue as recomendações da equipe de saúde ganha muito em qualidade de vida.
Por isso, se você passou por uma situação de risco, como ter feito sexo desprotegido ou compartilhado seringas, faça o teste anti-HIV e também para sífilis e hepatites B e C. O diagnóstico da infecção pelo HIV é feito a partir da coleta de sangue ou por fluido oral. No Brasil, temos os exames laboratoriais e os testes rápidos, que detectam os anticorpos contra o HIV em cerca de 30 minutos. Esses testes são realizados gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS), nas unidades da rede pública e nos Centros de Testagem e Aconselhamento (CTA).
Os exames podem ser feitos de forma anônima. Nesses centros, além da coleta e da execução dos testes, há um processo de aconselhamento para facilitar a correta interpretação do resultado pelo(a) usuário(a). Também é possível saber onde fazer o teste pelo Disque Saúde (136).
Em todos os casos, a infecção pelo HIV pode ser detectada em, pelo menos, 30 dias a contar da situação de risco. Isso porque o exame (o laboratorial ou o teste rápido) busca por anticorpos contra o HIV no material coletado. Esse é o período chamado de janela imunológica.
Carga viral indetectável: o sucesso do tratamento
A terapia antirretroviral é o tratamento para portadores do HIV.
Os medicamentos antirretrovirais (ARV) surgiram na década de 1980 para impedir a multiplicação do HIV no organismo. Esses medicamentos ajudam a evitar o enfraquecimento do sistema imunológico. Por isso, o uso regular dos ARV é fundamental para aumentar o tempo e a qualidade de vida das pessoas que vivem com HIV e reduzir o número de internações e infecções por doenças oportunistas. Desde 1996, o Sistema Único de Saúde (SUS) oferece gratuitamente os medicamentos de tratamento e prevenção e é por causa deles que hoje é possível garantir uma vida-longa e saudável aos pacientes. Um estilo de vida ativo e com alimentação balanceada também é altamente recomendado – assim como é para todos.
Quando seguida corretamente – tanto na dose como na continuidade -, a terapia antirretroviral é capaz de reduzir a carga viral do HIV a ponto de ela se tornar indetectável.
Na prática, isso significa que o HIV não consta presente na corrente sanguínea em testes laboratoriais comuns, e principalmente, não é mais transmitido sexualmente – o que não significa que o uso de preservativo se torna dispensável.
Condutas que não transmitem a Aids
É importante quebrar mitos e tabus, esclarecendo que a pessoa infectada com HIV ou que já tenha manifestado a AIDS não transmitem a doença das seguintes formas:
- Sexo, desde que se use corretamente a camisinha.
- Masturbação a dois.
- Beijo no rosto ou na boca.
- Suor e lágrima.
- Picada de inseto.
- Aperto de mão ou abraço.
- Sabonete/toalha/lençóis.
- Talheres/copos.
- Assento de ônibus.
- Doação de sangue.
- Pelo ar.
Direitos das pessoas portadoras do vírus HIV
Pela Constituição brasileira, as pessoas vivendo com HIV, assim como todo e qualquer cidadão brasileiro, têm obrigações e direitos garantidos; entre eles, estão a dignidade humana e o acesso à saúde pública e, por isso, são amparadas pela lei. O Brasil possui legislação específica quanto aos grupos mais vulneráveis ao preconceito e à discriminação, como homossexuais, mulheres, negros, crianças, idosos, portadores de doenças crônicas infecciosas e de deficiência.
De forma geral, todos os medicamentos — desenvolvidos nos 40 anos de história do vírus — permitiram que as pessoas ganhassem cada vez mais qualidade de vida. Por exemplo, a Aids já foi considerada uma sentença de morte, mas, hoje em dia, nem mesmo o termo “sobrevida” caiu em desuso para se referir a expectativa de vida dessas pessoas.
Afinal, a medicina consegue impedir que a imunodeficiência atinja níveis críticos, que gerem sintomas e impliquem na perda da qualidade de vida. Inclusive, pacientes que seguem à risca as prescrições médicas diminuem sua carga viral. Quando a carga se torna indetectável, o indivíduo perde a capacidade de transmitir o vírus.
Em paralelo, muitos tabus e preconceitos da sociedade com a doença foram quebrados, mesmo que ainda haja muito a ser feito. No combate global à doença, ainda é necessário ampliar o acesso aos tratamentos contra o HIV e é preciso garantir que o maior número de pessoas seja testado, o que pode quebrar a cadeia da infecção em todo o mundo.
A Aids não tem cura, mas tem tratamento. Faça o teste de HIV. Converse com seus amigos, compartilhe esta informação e lembre-se: a camisinha é a maneira mais simples de se prevenir contra o HIV/Aids e outras DST.