Pauliprev alerta para riscos à saúde mental com campanha “Janeiro Branco”

Pauliprev alerta para riscos à saúde mental com campanha “Janeiro Branco”

Com o objetivo de divulgar e ampliar as informações sobre riscos à saúde mental, o Instituto Pauliprev está promovendo neste mês de janeiro uma campanha junto ao seu público de interesse chamada “Janeiro Branco”. A ideia é chamar a atenção para questões e necessidades relacionadas à saúde mental e emocional das pessoas. “Estamos divulgando um painel temático na recepção da autarquia e inserindo informações em nossas redes sociais e site para que os segurados tenham acesso a esse tipo de conteúdo”, revela Marcos André Breda, presidente da Pauliprev.

 

JANEIRO BRANCO

O Janeiro Branco é uma campanha brasileira iniciada em 2014 por psicólogos da cidade mineira de Uberlândia, que busca chamar a atenção para o tema saúde mental. O mês de janeiro foi escolhido porque, sendo o primeiro mês do ano, em termos simbólicos e culturais, as pessoas estão mais propensas a pensarem em suas vidas, suas relações sociais e condições de existência, além das suas emoções. Usando uma analogia, como em uma “folha ou em uma tela em branco”, todas as pessoas podem ser inspiradas a escreverem ou a reescreverem as suas próprias histórias de vida.

Neste contexto, a meta da campanha é estimular a compreensão de que, da mesma forma que o corpo, a mente requer cuidados e colocar esse tema em evidência estimula a conscientização sobre a importância de prevenir os danos emocionais. A falta de atenção com a saúde mental influencia o aparecimento de outros males físicos e psicológicos, por isso é importante demonstrar que cuidar da saúde não significa apenas cuidar do corpo, mas da mente também.

 

Por que atentar nos cuidados com a saúde mental?

A maioria das desordens mentais está ligada a problemas como depressão, estresse e ansiedade, e isso, em caráter global, pois a Organização Mundial de Saúde (OMS) afirma que os números de depressão no mundo giram em torno de 300 milhões. Conforme a cartilha da OMS sobre depressão e outras desordens mentais comuns, há intrínseca associação entre essa doença e o desenvolvimento de problemas psíquicos mais graves. Uma das preocupações é a influência das crises depressivas sobre ideações suicidas ou atos concretizados: o suicídio é a segunda principal causa global de óbitos entre jovens de 15 a 29 anos, apontam os dados da OMS.

De acordo com estudos da Organização Mundial da Saúde (OMS) e da Organização Pan-americana da Saúde (OPAS), o Brasil é o país mais ansioso do mundo (9,3%) e o segundo maior das Américas em casos de depressão (5,8%). Ainda segundo a OPAS, 35% a 50% das pessoas com transtornos mentais em países de alta renda não recebem tratamento adequado e, nos países de baixa e média renda, o percentual é ainda maior, ficando entre 76% e 85%. Em relação à ansiedade, 9,3% da população apresenta intenso sofrimento (OMS, 2017). Além da depressão, o alcoolismo, isolamento social, perdas recentes, traumas de infância e dependência química também impactam a saúde mental e são razões para justificar a relevância do Janeiro Branco.

No universo corporativo, os transtornos mentais afetam diretamente a produtividade dos trabalhadores e são causas recorrentes de afastamentos. São as doenças que levam ao maior número de requerimento de auxílio por incapacidade temporária ou até mesmo à aposentadoria por incapacidade temporária ou definitiva, nos casos mais extremos. Assim, de modo geral, a os transtornos de cunho mental representam mais de 1/3 da incapacidade laboral no mundo, com transtornos depressivos e ansiosos como maiores causas.

No contexto de pandemia, é recorrente o aumento de sofrimento psíquico na população, principalmente em quem já tinha fatores preexistentes. É esperado que o frequente estado de alerta, preocupação, solidão e sentimento de falta de controle frente às incertezas do momento, aumente o estresse e sofrimento psíquico. Além disso, as medidas de isolamento social, embora baseadas em evidências científicas e essenciais para a proteção da saúde da população, podem impactar a saúde mental. Devido ao período de distanciamento social, quarentena ou isolamento, a redução de estímulos, perda de renda pela impossibilidade de trabalhar e alterações significativas na rotina geram forte impacto na vida das pessoas.

Os fatores que influenciam o impacto psicossocial estão relacionados à magnitude da epidemia e ao grau de vulnerabilidade em que a pessoa se encontra no momento. Entretanto, é importante destacar que nem todos os problemas psicológicos e sociais apresentados poderão ser qualificados como doenças. A maioria será classificada como reações normais diante de uma situação anormal. Reações comuns diante deste contexto englobam sentimento de impotência e desamparo perante os acontecimentos, solidão, irritabilidade, angústia, tristeza, raiva.

 

Cuidados e recomendações

A Fiocruz lançou uma série de cartilhas com recomendações para o enfrentamento dos desafios à saúde mental e atenção psicossocial no contexto da pandemia. Nas publicações, destinadas a grupos específicos como trabalhadores dos serviços de saúde, gestores, psicólogos hospitalares, crianças, cuidadores de idosos, são descritas, por exemplo, reações comportamentais mais frequentes, danos psicológicos oriundos do confinamento e apresentam dicas sobre o uso de medicamentos e consumo excessivo de informações.

 

Confira aqui algumas recomendações:

  • Reconheça e acolha seus receios e medos, procurando pessoas de confiança para conversar;
  • Retome estratégias e ferramentas de cuidado que tenha usado em momentos de crise ou sofrimento e ações que trouxeram sensação de maior estabilidade emocional;
  • Invista em exercícios e ações que auxiliem na redução do nível de estresse agudo (meditação, leitura, exercícios de respiração, habilidades manuais);
  • Se você estiver trabalhando durante a epidemia, fique atento a suas necessidades básicas, garantindo pausas sistemáticas durante o trabalho (se possível em um local calmo e relaxante) e entre os turnos;
  • Invista e estimule ações compartilhadas de cuidado, evocando a sensação de pertencimento social (como as ações solidárias e de cuidado familiar e comunitário);
  • Mantenha ativa a rede socioafetiva, estabelecendo contato, mesmo que virtual, com familiares, amigos e colegas;
  • Evite o uso do cigarro, álcool ou outras drogas para lidar com as emoções;
  • Busque um profissional de saúde quando as estratégias utilizadas não estiverem sendo suficientes para sua estabilização emocional;
  • Busque fontes confiáveis de informação e reduza o tempo que passa assistindo ou ouvindo coberturas midiáticas.

 

DEPRESSÃO – principais sintomas

  • Redução de Humor;
  • Acentuada anedonia (perda de satisfação ou de interesse);
  • Perda ou ganho de peso e/ou alteração no apetite;
  • Insônia ou hipersônia;
  • Dores (somatização);
  • Agitação ou retardo psicomotor (movimentos involuntários e sem propósito que resultam da tensão mental ou lentos com inexpressividade);
  • Fadiga ou perda de energia;
  • Sentimento de inutilidade;
  • Sentimento de Culpa excessiva;
  • Capacidade diminuída de pensar ou concentrar-se;
  • Pensamento de morte ou ideação suicida.

 

ANSIEDADE – principais sintomas

  • Inquietação;
  • Ritmo cardíaco alterado (taquicardia);
  • Sensação de estar tenso ou “no limite”;
  • Sensação de “nó na garganta”;
  • Dificuldade de concentração e fadiga;
  • Insônia;
  • Tensão muscular;
  • Tremores;
  • Irritabilidade e impaciência;
  • Visão embaçada;
  • Transpiração excessiva;
  • Boca seca;
  • Falta de ar;
  • Dor de estômago,
  • Diarreia e dor de cabeça.

 

Tratamento

Com relação à ansiedade e depressão, a melhor forma de tratamento seria a associação das terapias não farmacológicas com as farmacológicas. Os tratamentos não farmacológicos mais recomendados são: psicoterapia, terapia comportamental cognitiva, atividade física, terapias de grupo, etc. As terapias farmacológicas incluem os antidepressivos, ansiolíticos, estabilizadores de humor, com o devido acompanhamento psiquiátrico. Manter uma alimentação saudável e exercícios regulares também contribuem de forma global para a aquisição e manutenção da saúde como um todo.

Não deixe de procurar ajuda ao apresentar esses sintomas, os profissionais da Atenção Básica estão habilitados para diagnosticar, tratar e encaminhar os pacientes com sintomas de ansiedade e/ou depressão.

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