Setembro Amarelo conscientiza sobre riscos do suicídio

Setembro Amarelo conscientiza sobre riscos do suicídio

A cor amarela é utilizada para a chamar a atenção da sociedade para iniciativas que fortaleçam a prevenção e conscientização do risco do suicídio.  Anualmente, o Brasil registra cerca de 12 mil suicídios, mais de 30 mortes com essa causa por dia no país. Neste mês de setembro, o Instituto Pauliprev está organizando e promovendo iniciativas para conscientizar seu público a respeito do tema. Informações no suíte, vídeos, um painel temático na recepção da autarquia são algumas das ações que visam justamente aumentar o nível de conhecimento acerca desse problema.

“É nesse cenário que o ‘Setembro Amarelo’ ganha cada vez mais força. A campanha mobiliza a sociedade para conscientização sobre o tema, falando sobre como identificar sinais da ideação suicida, e mais ainda, como ajudar ou buscar ajuda”, explica Marcos André Breda, presidente do Instituto Pauliprev.

 

Setembro Amarelo

O Setembro Amarelo é dedicado à prevenção e conscientização contra o suicídio. Cerca de de 1 milhão de suicídios são registrados no mundo todo ano.

Trata-se de uma triste realidade e, em 96,8% dos casos há relação com transtornos mentais. Entre as principais doenças relacionadas está a depressão, seguida do transtorno bipolar e abuso de substâncias.

Os índices crescentes de suicídios nas últimas décadas alertam sobre a importância de falar sobre o assunto. Ainda há muito tabu acerca do tema, mas o colocar em pauta na sociedade é fator importante para evitar a perda de outras vidas.

A Origem do Setembro Amarelo

A origem do Setembro Amarelo e todo esse movimento de conscientização contra suicídio começou com a história de Mike Emme, nos Estados Unidos. O jovem era conhecido por sua personalidade carinhosa e habilidade mecânica, tendo como sua marca um Mustang 68 que ele mesmo restaurou e pintou de amarelo.

Porém, em 1994, Mike cometeu suicídio, com apenas 17 anos. Infelizmente nem a família, nem os amigos de Mike, perceberam os sinais de que ele pretendia tirar sua própria vida.

No funeral, os amigos montaram uma cesta de cartões e fitas amarelas com a mensagem: “Se precisar, peça ajuda”. A ação ganhou grandes proporções e expandiu-se pelo país.

Diversos jovens passaram a utilizar cartões amarelos para pedir ajuda a pessoas próximas. A fita amarela foi escolhida como símbolo do programa que incentiva aqueles que têm pensamentos suicidas a buscarem ajuda.

Em 2003, a Organização Mundial da Saúde (OMS) instituiu o dia 10 de setembro para ser o Dia Mundial da Prevenção do Suicídio. O amarelo do Mustang de Mike é a cor escolhida para representar essa campanha.

Setembro Amarelo no Brasil

Aproveitando a data mundial, a campanha Setembro Amarelo foi criada no Brasil em 2015. O projeto é um trabalho conjunto do CVV (Centro de Valorização da Vida), CFM (Conselho Federal de Medicina) e ABP (Associação Brasileira de Psiquiatria), com a proposta de associar a cor ao mês que marca o Dia Mundial de Prevenção do Suicídio (10 de setembro).

O objetivo é conscientizar sobre a prevenção do suicídio e dar visibilidade à causa. Ao longo dos últimos anos, escolas, universidades, entidades do setor público e privado e a população de forma geral se envolveram neste movimento. Monumentos como o Cristo Redentor (RJ), o Congresso Nacional e o Palácio do Itamaraty (DF), o Estádio Beira Rio (RS) e o Elevador Lacerda (BA), participam da campanha.

Fatores que podem aumentar o risco de ideias suicidas

A tentativa de suicídio pode acontecer entre pessoas de qualquer faixa etária, gênero ou classe social. Porém, alguns fatores podem ampliar o risco.

Um dos primeiros alertas é para pessoas que apresentam transtornos psiquiátricos. Em especial, quando se trata de depressão, transtorno bipolar, ansiedade e esquizofrenia. Casos de abuso de drogas e bebidas alcoólicas também merecem atenção.

Alguns estudos indicam também que há prevalência de tentativas de suicídio acima de 65 anos. Idosos podem sofrer com a solidão, sentimento de incapacidade e falta de perspectiva no futuro, levando a ideias suicidas.

Problemas financeiros também podem ser fatores de risco. Há ainda um certo grau de hereditariedade, que a ciência não conseguiu mensurar até o momento.

O psiquiatra Dr. Alfredo Maluf, do Hospital Albert Einstein, fala um pouco dos fatores de risco para ideação suicida. Saiba como identificar sinais e como ajudar quem pode estar enfrentando ideias suicidas:

Podemos ficar atento ao isolamento, mudanças de hábitos, perda de interesse por atividades de que gostava, descuido com aparência, piora do desempenho na escola ou no trabalho, alterações no sono e no apetite, frases como: “preferia estar morto”, ou “quero desaparecer”, podem indicar necessidade de ajuda.

 

A primeira medida preventiva é a Educação

Pergunte: Como posso ajudar? Escutar o que a pessoa tem a dizer é um ótimo início, entender a dor dela também.

Depressão não é “frescura” e nem é coisa só de adulto, crianças e jovens também sofrem dessa doença. Por isso, é tão difícil identificar, muitos acham ser uma fase ruim a melhor ajuda é buscar entender. Julgar só vai piorar a recuperação. E se é você que está passando por isso, peça ajuda! Contar o que sente pra alguém de confiança, fazer terapia. Guardar o que está sentindo não é bom. Na verdade, o que realmente a pessoa que está sofrendo quer é acabar com a dor que está sentindo.

Se precisar, peça ajuda

Se você está passando por um momento difícil e perceber que não consegue lidar com suas angústias sozinho, busque ajuda.

O apoio profissional pode ser muito importante para superar uma fase difícil ou receber o diagnóstico correto para um tratamento efetivo. Por mais complicada que seja a situação, há sempre uma saída.

Psicólogos e psiquiatras são profissionais que podem ajudar. O psicólogo poderá auxiliar você a lidar com as angústias e desenvolver ferramentas para superá-las. Enquanto o psiquiatra pode indicar o tratamento medicamentoso para combater os sintomas depressivos.

Saiba mais sobre o que é o teste farmacogenético e como ele pode ajudar no tratamento de depressão e ansiedade.

O CVV é gratuito

O Centro de Valorização da Vida (CVV) trabalha para oferecer suporte emocional e realizar a prevenção do suicídio. A organização é reconhecida como Utilidade Pública Federal desde a década de 1970.

Voluntários ficam à disposição 24 horas para oferecer atendimento pelo telefone 188 ou pelo chat online no site. O atendimento é anônimo e realizado por voluntários que guardam sigilo.

Se precisar, não hesite em buscar ajuda.

 

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